30 dias de escrita: 3# Festando no meio do nada.

in #writing6 years ago (edited)

Osvaldo cruz é uma cidade pequena as pessoas se conhecem todos sabem de todos e todo mundo repara em todo mundo não tem excessão é uma espécie de esporte no interior.
Eu sempre falei que crescer em um lugar como Osvaldo Cruz exige muito da criatividade da população jovem porque coisas como balada, bares noturnos, tudo que possa fazer parte da vida noturna não existe por la, e se for comparar com os jovens de São Paulo que dispõem até de matinês para se divertir Osvaldo Cruz parece um convite para a morte de tédio.
Aqui em Sampa a balada até perde a graça diante de tantas opções de terça a domingo as possibilidades de onde se pode passar as horas vagas chegam a me dar crise existencial na hora de decidir o que fazer no fim de semana.
Osvaldo cruz dispõe para os jovens eventos por mês festa junina de escola e igreja é um evento, quermesse de igreja é um evento, festa de pião é um evento, feiras agrícolas são um evento tudo que rolar para que as pessoas da cidade possam se reunir vira um evento na agenda, uma possibilidade de sai,r se divertir, ver gente, paquerar, bagunçar.
Eventos como esse viravam motivos de conversa durante todo o tempo de espera para eles ocorrerem no msn escrevíamos de baixo do nick "FEIRA DO VERDE EU VOU" assim todo mundo sabia quem ia, se o crush ia, se aquela garota da escola ia, e isso virava motivo de conversa por um mês inteiro as amigas combinavam de sair para ver a roupa que usariam, conversas com possíveis paqueras rolavam pra saber mesmo que superficialmente se algo ia rolar ou não era so alguém dizer um "te vejo lá" para as emoções ficarem a flor da pele e sinceramente foi disso que eu senti falta quando sai do interior balada aqui em São Paulo é só balada acontece toda hora perde o charme.
No período entre os eventos da cidade para qualquer idade se divertir nas horas vagas dependia da criatividade de cada um para os mais adolescentes ainda privados da vida noturna reuniões no clube ou na casa era o que há, costumavam terminar com todos correndo pelas ruas apertando campainha ou fazendo uma versão mais ampla do esconde/esconde
(fica muito melhor quando você dispõe de quadras e mais quadras com zero trafico de carros), para os adolescentes mais velhos ou quase se formando sobrava se reunir por qualquer motivo que seja ou até por motivo nenhum para tomar tereré, e rir (alguns secretamente misturados com alcool coisa que eu não aconselho para menores), e claro que os afazeres da formatura também viravam motivo para reunião da galera.
Para quem ja podia cair na noitada tinham as cidades universitárias ao redor de Osvaldo Cruz que por receberem jovens de todos os cantos do pais acabam ficando mais movimentadas durante a noite (todo mundo gosta de se divertir depois da faculdade) mas toda a saída dependia de alguém com carro isso tornava a semana pré balada uma tarefa em 3 passos 1- escolher a roupa. 2-arranjar o dinheiro. 3- quem vai dirigir? As vezes o terceiro era decidido no ultimo momento nos saímos encontrávamos alguém e terminávamos indo para algum lugar tipo Adamantina, Martinopolis, e afins.
Já ouve corajosos que tentaram fazer uma casa noturna na minha cidade mas não durava meses é o negocio perdia graça acho que por ser a única da cidade a criatividade para manter o evento teria que ser muito maior para não perder o publico logo.
Foi assim que eu cresci no meio do nada garimpando festa e criando motivos para festejar foram bons tempos e noitada nenhuma tem a mesma emoção que as noitadas do interior claro todos esses eventos davam muito o que falar ja que evento no interior não é um evento se não render fofoca (risos).
beijos
Mariana Pitteri