Não gostaria de ser mal interpretado por este texto, mas acredito que será inevitável, pois muitas vezes a lógica é suplantada pelas paixões. O que falarei pode dar a entender que estou fazendo o papel do advogado do diabo. Mas lá vai. O maior problema dos caminhoneiros não é o preço do diesel e sim o grande número de caminhoneiros no país. O país sofre por não possuir uma alternativa ao escoamento de sua produção, nossa malha ferroviária é praticamente inexistente. A lei da oferta e da procura é que faz o preço do frete ser tão baixo. Se eu for um contratante de um frete eu irei procurar aquele que me prestará o serviço, com a qualidade esperada, pelo menor preço. Por exemplo um frete Porto Alegre-São Paulo consome em torno de 2 mil reais de combustível e mais uns 400-500 reais de frete, há caminhoneiros que farão esse frete por 4-5 mil reais, porém se procurar bem encontraremos caminhoneiros que farão o frete da mesma carga por 3 mil reais e entregando a mercadoria em um tempo satisfatório. Ou seja há muita oferta de caminhões e caminhoneiros e o preço do frete acaba ficando achatado. A união dos caminhoneiros seria mais efetiva em fazer o preço subir se não houvessem aqueles profissionais que se "prostituem". Pedir ao governo que no canetaço crie um piso para o frete, é o equivalente a abominação econômica que o ex-presisdente Sarney fez, no momento em que congelou os preços e criou a SUNAB.