Boa tarde pessoal!
Venho seguindo nesses posts de reflexão, e por último trouxe o convite a discutir a tecnologia blockchain nos sistemas públicos, em uma audiência pública na próxima sexta feira aqui no Rio.
Antes estava discutindo sobre os personagens da cultura moderna e suas relações com o meio.
E terminamos com a pergunta que intitula o post, o que é comunidade?
Hoje retornaremos ao tema de comunidade. E iremos mais a fundo, na composição de uma comunidade, sua formação, desde o nascimento de um individuo, de um humano.
Vimos que o humano é um mamífero dependente, desde o seu nascimento, mas tem uma capacidade cognitiva e de linguagem que sobressai sobre outros animais.
Esse aparato psíquico, é construído, desde o nascimento, e interage com outro aparato psíquico.
Todos se constroem como individuo de uma maneira diferente, todos somos diferentes.
E assim em desenvolvimento psíquicos diferentes, levam a personalidades diferentes, e aptidões diferentes.
No início nossos ancestrais, buscaram se reunir em famílias, tinham que se alimentar, se proteger, procriar, tinham seus hábitos, suas crenças, e consequentemente sua cultura.
Em muitas culturas, o relacionamento homem e mulher, se apresentam das mais diversas maneiras, e juntos com isso suas funções em relação a cultura que formavam.
E o mais incrível, poderiam acredita-se que eram muito parecidos conosco em instinto e cognitivo.
Em funcionamento psíquico.
Em relações humanas.
Em em afeto.
E isso tem por volta de 100 mil anos!!
Tenta lembrar de 20 anos atrás, será que você consegue reunir todos os eventos históricos dessa época.
E 10 anos atrás?
E 5 anos?
Estima-se que há 100 mil anos os Homos sapiens percorrem a terra.
E em média há 70 mil anos percorre, com o advento da revolução cognitiva, passou a haver uma melhor relação entre os indivíduos.
Os Homo sapiens se sobressaiu sobre os Homo neandertal, acredita-se pela capacidade de linguagem, de comunicação, no pensar, falar, ouvir, buscar prazer.
E como Yuval Noah Harari traz em Sapiens, poderiamos conversar com eles como se fosse hoje.
Então como se dá a construção individual ? Somos pré determinados pela genética ? O meio tem alguma influência ?
Iniciaremos com o início da construção da psique.
Quando o bebê humano nasce, sai de um local de conforto e proteção para um mundo desconhecido, onde entra em contato com o mundo real.
E sai de um local de conforto, e já marcamos aqui, conforto é uma forma de prazer!
O prazer também vem do alimento, o bebê chora de fome, o alimento fornece substâncias, como carboidratos e lipídios, além de outras, que lhe nutrem, e além, lhe dão prazer.
O prazer vem pelo toque, a pele tem uma sensibilidade incrível, em toda a sua extensão, receptores que conduzem o estímulo, até virar sinapses em formação do próprio cérebro e funcionamento mental.
O prazer vem pelo contato, carinho, atenção, pelo som, visão, cheiro.
Nesse período inicial são sentidos e percepções muito rudimentares, pouco sofisticados. Em uma genética de dois cromossomas um vindo do sexo biológico masculino XY, e outro do sexo biológico feminino XX, podendo determinar biologicamente na prole, o sexo biológico XX ou XY, sendo um cromossoma de proveniente de cada sexo biológico de origem.
Esse cromossoma, representa uma cadeia de DNA, que são cadeias de moléculas, que irão se expressar de acordo com o meio, por forma de Genes.
É aquela lembrança das aulas de biologia, de genótipo e fenótipo. O genótipo é uma base, recebida dos pais, não modificam, e fenótipo a expressão do genótipo em relação ao meio, moldada das interações com o meio.
Pense em um mapa, moldado pelo ambiente que vive, desde o momento do nascimento.
E todas essas áreas de prazer, também são áreas que podem trazer reações de desprazer. Seja na esfera biológica ou psíquica, ou mesmo nas duas.
A sensopercepção e o cognitivo, em conjunto trabalham para formação da linguagem, e ajuda esse indivíduo a se conectar ao mundo, através daquela pessoa que faz a função de mãe, de proteção, de alimento, uma fonte de prazer, por onde esse individuo em sua relação, irá conectar sua psique com o real, e irá iniciar a construção de sua realidade.
No início repetimos essa pessoa nos conecta ao mundo da linguagem. Já viram como a o bebê começa a falar ? O que ele fala?
A mente do bebê humano aprende, dessa pessoa fonte de prazer ou desprazer, para ele é tudo que existe, ”é minha”, essa é a realidade a que ele foi apresentado, é como ele está conectado com um vínculo que traz ele ao mundo real, e protegido.
E a função de pai, cortar esse vínculo com a função de mãe, ampliando a realidade desse indivíduo se formando, e sendo responsável por fazer o indivíduo superar essa perda do prazer.
E assim faz o bebê buscar sua própria identificação, ou deveria fazer, ajudando a formar sua própria realidade, sua forma de interagir com o real, e sua construção abstrata, que podemos chamar de imaginário.
Função deriva de do conceito de relação, correspondência, um conceito físico, e não da sexualidade biológica somente, e podemos nos referir como na função de pai e mãe, como símbolos, que são determinados pela cultura do meio.
É diferente do entendimento de cada um do que é ser pai e mãe, do significado cultural, que vai caber a cada individuo, podendo os dois sexos biológicos exercer a função.
É onde se constitui o indivíduo, seu alicerce, sua base de funcionamento, que será construída durante suas vivências, e relações, principalmente com as funções de pai e mãe, mas também de outras relações, do meio que vive, educação, da cultura vigente, experiências no meio, etc.
Por isso também tendemos a pensar de modo dicotômico, ou seja, em duas vertentes, dois caminhos, da nossa função de pai e a de mãe. Ex: Concordo/Discordo, Sim/Não, Acredito/Não acredito, Bom/Ruim, etc.
A nossa base psíquica, que se constrói na infância, monta uma estrutura de funcionamento, que irá se repetir em nossa vida adulta, como podemos usar como exemplo um fractal.
Só que nem tudo são flores, e muito pode acontecer nesse percurso inicial. E é assim há milhares de anos.
Por mais que com advento de novas tecnologias, e desconhecimento, muitos acreditem em uma genética puramente determinista, nem outros mamíferos como por exemplo cachorros, tem uma genética puramente determinista.
Muito menos os humanos com uma capacidade cognitiva e de linguagem muito mais elaboradas.
O humano por natureza tem o instinto em busca de prazer(proteção, alimento, sexual, etc) e tenta evitar a falta de prazer, desde o nascimento, e durante toda a vida.
Muito se confunde também, quando relaciona-se o prazer a esfera sexual da copulação, e como estamos vendo, é muito aquém da complexidade que envolve o termo prazer, em sua dinâmica de relação, função, e sensopercepção.
E terminaremos hoje por aqui, seguiremos com a formação da personalidade, e continuaremos caminhando até as comunidades!
Espero que gostem, obrigado pela leitura!
Referencias de autores para elaboração do texto:
- S. Freud
- Y. Harari
- E. Minkowsky
- R. Nisbett
- J. Lacan
- A. L. Nobre de Melo
Série Reflexão no Steemit
1 - Seremos uma comunidade forte e representativa aqui!
3 - Podemos ajudar a mudar o meio que vivemos?
Obs: Todas imagens ilustrativas são provenientes do Pixabay
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Wow!!! Li tudo e amei cada pedacinho. Bom seria se todos os "Pais e Mães" soubessem como é importante o início da vida do ser humano. Muito Obrigada mais uma vez por dividir seu conhecimento conosco. E tenho um pedido, algum dia, pode falar sobre QI? Tenha um Bom Dia!
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Obrigado @naturald! Realmente pouco se sabe ou da importância a esse início, além das questões sociais e econômicas que perpassam o dia a dia de cada um, dos casais, de suas criações também. Claro, posso trazer sobre QI, tiver temas de interesse pode me falar que trago, é um tema interessante também, a inteligência.
Que aula Matheus! Em função do que disse no inicio do texto, quanto a formação do aparelho psíquico do bebê, me parece que no desenvolvimento das crianças o aprendizado da vida prática funciona bem na dicotomia... como por exemplo ao ensinar a atravessar a rua, não por a mão no fogo etc... tem relação?!
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Obrigado @guifaquetti! Tem sim! Esse padrão do pensamento dicotômico é uma consequência da nossa formação psíquica, e é importante para nossa função de pensar. Esse padrão persiste na vida adulta também, não mais diversas situações. É uma dificuldade de entender o “meio termo”, de refletir por diferentes perspectivas. É uma coisa ou outra, quando não é só uma perspectiva como nas opniões polarizadas. Nas crianças é importante a dicotomia, que é uma padrão que deveria evoluir na vida adulta com amadurecimento, sendo importante ampliar as dimensões do pensar, devido a uma dinâmica do real, nem sempre a nossa realidade é a realidade de outras pessoas, e isso é bom, mas tendemos a manter um padrão de que só vale a nossa realidade. Isso representa muito o momento cultural que vivemos. Obrigado pelo comentário!
Parabéns, seu post foi selecionado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!
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