A minha única conexão com a realidade é o sonho.
Só ao nascente e ao poente é que se sente o coração.
O coração é o Sol que engrandece a experiência da aprendizagem.
Só assim ela se torna real.
Quando nos rebelamos ao sentir, adormecemos à realidade. Sentindo desperta o coração e manifesta-se a realidade.
Sentir começa na impressão, alarga-se pela percepção da sensação e realiza-se na vivência da compreensão.
É o mais simples.
Querer racionalizá-lo não é viver o real. Essa é uma experiência diferente que acaba por produzir ansiedade.
Racionalizá-lo também é uma experiência diferente, cheia de cálculos, medidas e conceitos.
A experiência de sentir está além da explicação intelectual. Talvez a única maneira de a descrever aqui seria através da poesia.
Os japoneses encontravam uma prática para manifestar essa compreensão através de um entendimento imediato, sem racionalização.
Chamavam-lhes "koan".
Frases sem sentido que desbloqueavam instantaneamente a mente, conduzindo à compreensão.
Nessa experiência do real, desenvolve-se a consciência.
O conhecimento imediato, sem interferência da mente.
Sem que a mente deixasse de se manifestar.
Sem que a emoção deixasse de correr livre pelas pradarias do coração.
Muito teima a mente e seus conceitos em interferir na criação da humanidade interior.
Então o que nos resta, a não ser por estas práticas esotéricas inteligentemente estudadas (como a meditação), é o sonho.
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