Gleisi Hoffman, Al Jazeera e o BNDES: os caminhos que o Brasil do PT seguiu para construir suas pontes de influência com países não democráticos.

No ano de 2011, Paulo Suffredini, diretor da Odebrecht nos Emirados Árabes Unidos, sinalizou que o escritório deles poderiam pegar as obras da copa do mundo de 2022, no Qatar.

Em 2014, o embaixador brasileiro do Qatar, Mohamed Al Hayki , mostrou interesse em se unir ao Marcelo Odebrecht, para discutirem uma possível atuação da empreiteira nas obras de saneamento básico e infra-estrutura da futura copa.

O Qatar não é um país muito democrático, sendo assolado internacionalmente por escândalos envolvendo uso de escravos desde 2013 nas obras da copa e, desde 2017, encara um boicote acusado de financiar terroristas.

Mas democracia e ética não são critérios para selecionar clientes para o Brasil.

“Não podemos ter preconceito com países não democráticos.”

Essa foi a declaração de Lula na cúpula africana, se referindo aos países árabes e ditaduras socialistas, em 2009. Trágico, não é? Mas a coisa pode piorar.

A Odebrecht embolsou mais de 81.8% (U$ 31.7 bilhões) dos U$ 37.7 bilhões disponíveis do BNDES para obras do exterior. O restante foi distribuído para outras empreiteiras envolvidas na Lava-Jato, como a OAS, do triplex do Lula, no Guarujá.

Na Angola, a Odebrecht escravizou brasileiros para construir as obras do ditador José Eduardo dos Santos. Inclusive uma mansão, que está sendo paga por você neste exato momento, através de juros.

Você e cada brasileiro contribuiu com R$ 2,84 na construção da mansão do José Eduardo Cardoso..

Só que não tem apenas isso, o glorioso Partido dos Trabalhadores (PT), através do BNDES, financiou com U$ 20 milhões a campanha de 'reeleição' do ditador angolano.

A campanha e a propina, é claro, foram coordenadas pelo casal de publicitários João Santana e Mônica Moura, responsáveis pelos planos de propaganda de todos os ditadores da américa latina nos últimos anos. Mas a torneira do BNDES para países 'questionáveis' não parou por aí.

No ano passado (2017), o ex-presidente do BNDES, — Paulo Rabello de Castro (PSC) —, defendeu a criação de fundos custeados pelo banco e subsídios para países árabes.

Após ter uma presidência conturbada e decidido a entrar na corrida presidencial, Rabello pediu demissão em carta, tendo divergências com os economistas do Governo Temer, que exigiram a devolução de R$ 130 bilhões dos empréstimos subsidiados no Governo Dilma.

Indignado, Paulo Rabello reclamou, disse:“São nanoliberalistas” — em referência a equipe econômica do Michel Temer, sendo fã das políticas da ex-presidente com o BNDES.

Então, nas palavras do próprio Lula, não devemos ter preconceito com países não democráticos.

Ao longo de mais de uma década, através dos empréstimos do BNDES, o governo petista financiou aliados políticos internacionalmente e criou seu próprio establishment para defender seus interesses globalmente.

A Gleisi Hoffman, atual presidente do PT, simboliza esse caminho pavimentado com dinheiro público, ao ir em rede nacional da maior emissora do Qtar, esperneando a narrativa conspiratória não-factual de que o Lula é um preso político, pedindo ajuda a todo o povo árabe.

Afinal, que país não quer uma boquinha na torneira do dinheiro infinito do BNDES? Na própria mansão do ditador da Angola, cada brasileiro contribuiu com R$ 2,84, que foram pagos modestamente sacrificando o custo de vida de nossa população com juros.

É ótimo e todo mundo quer uma fatia desse bolo.

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