Quanto mais eu leio sobre nutrição, mais eu acho interessante saber como o corpo humano se adaptou para as condições de alimentação disponíveis. E uma das coisas que têm chamado a minha atenção ultimamente é a influência que as épocas do ano tiveram no nosso metabolismo.

Para entender como isso funciona, precisamos voltar à época em que a alimentação não era abundante durante todo o ano como agora, e voltar à época em que existia escassez alimentar. E essa escassez obviamente era muito diferente em cada época do ano.

Durante o verão e as épocas ensolaradas, as plantas geram mais frutos, e isso em termos de dieta significa maior presença de carboidratos disponíveis para ingerir, principalmente a frutose. Ou seja, nas épocas de alimentação “abundante”, para o nosso organismo isso se traduzia em grande medida com aumento na ingestão de carboidratos.

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Mas toda época de abundância vinha acompanhada de uma época de escassez. E a época de maior escassez é o inverno, com pouco sol e poucos alimentos doces, onde a maior parte do alimento disponível era na forma de proteína e gordura, e havia uma queda significativa na ingestão de carboidratos.

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Ou seja, no passado a ingestão de carboidratos era um indicativo de que estávamos na época de abundância de alimentos e que era preciso estocar gordura para suportar a subsequente época da escassez do inverno. Não é à toa que a insulina é chamada de "o hormônio do acúmulo de gordura".

E que implicação isso tem hoje em dia onde ingerimos muito açúcar praticamente o ano todo? Significa que estamos basicamente dando o tempo todo uma mensagem para o nosso corpo estocar gordura e se preparar para um subsequente inverno que nunca chega. E se o inverno nunca chega, ele nunca usa essa gordura estocada.

O nosso corpo é muito mais adaptado para usar gordura como energia do que carboidrato, mas hoje ele está sendo inundado com carboidratos o ano todo. E como ele não está preparado pra isso, o aumento de peso é inevitável a não ser que passemos a controlar a nossa ingestão de carboidratos ao mínimo possível.

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