Naturalmente, o fim das coisas sempre vem acompanhado de aprendizados e lições. De tentativas bem direcionadas para o bem ou para o "mas". A gente têm muito medo do fim, do desespero, do depois, do como vai ser, mesmo que a incerteza seja o que de fato nos mova. Inconscientemente. Alguns podem chamar de sonhos, de planejamento, de "gols", ou de outras coisas pertencentes ao nosso controle, porque acreditar nisso é fundamental. É desafi... inspirador.
As emoções se mexem, a gente tenta entender a vida, o que estamos fazendo, pra onde estamos indo, e os questionamentos vão aumentando tanto(!) até a gente ter que fazer mais uma coisa da rotina. Os nossos pensamentos são freados por nossas obrigações. É como se o mundo, diariamente, fosse um eterno desafio para vencermos o tudo e nós mesmos. E que desafio. Às vezes chato, às vezes interessante, às vezes egoísta, às vezes incoerente, às vezes tantas coisas... que no fundo, ele, simplesmente, apenas é. Como esse livro que vos escrevo agora.
O medo de não colocar as palavras certas, de parecer idiota ou adulto demais, vai evoluindo também. Mais uma conta chega. Mais um aniversário aparece. O mais e mais vai chegando como num grande presente de vida, até o tudo virar o "mas". E daí a luta para apagar os erros, criar acertos, parecer perfeito desse ou daquele ângulo... vai passando... "amanhã eu estudo mais", vai passando... "hoje eu vou dormir bem cedo", vai passando... "benção pai, benção mãe", vai passando... "amanhã eu te conto", vai passando... "te amo", vai passando... "a gente vai ser amigo sempre", vai passando, "como o tempo passa rápido".
Quando a gente menos espera, pega-se falando como se já estivesse morto. Apenas relembrando orgulhosamente aqueles bons tempos, que não deveriam ter acabado. A gente se subestima, lamenta e sempre cai um pouquinho em si quando não tem respostas, quando se vê apenas rodeado de perguntas e indecisões e frustrações, porque aparentemente, ninguém sabe aonde queremos chegar. Eles nunca saberão. As respostas somos nós mesmos. Ninguém precisa daqueles discursos, a Clarice já dizia que "as palavras não mudam nada". Sim, apenas o agora pode mudar algo. E mais do que isso, apenas o que fazemos do agora pode.
Eu consigo sentir esse seu arrepio sabe, esse seu medo de continuar e não se encontrar lá na frente. E também essa sua coragem em dar mais alguns passos, como alguém que não sabe o que faz, que corre perigo, mas que/porque no fundo tem um fio de esperança tão límpido e energizante, o qual reconhece um pouco disso por aqui. Existem mais propósitos (acho que fui longe demais) ou mais objetivos ou distrações boas para nos unir, do que para nos desmistificar. A gente não quer parecer legal, ou reluzente, a gente só se identifica com algo e aproveita aquilo. A gente só quer viver tudo isso, mesmo fazendo o papel de acusador amanhã, mesmo pisando na bola daqui a uns minutos, mesmo nunca dando um fim aos nossos próprios vícios. A gente nunca vai crescer.
"Eu não sou o dono da verdade". "Eu erro". "Eu te perdoo". "Eu posso recomeçar". "Eu não sou fraco". "Eu sou uma pessoa tão comum que ninguém nunca poderá ser como eu". "Eu consigo". Tem coisas que eu não ouso dizer, mas essas me fazem continuar. Essas me fizeram, agora mesmo, uma desestabilização, porque o poder de palavras bem ditas fazem isso. Ao contrário do senso comum, eu continuo. Enquanto todos fazem as mesmas coisas, o que de toda sorte não é ruim, enquanto eles brigam por eu ter esbarrado neles, ou pelo incômodo em tê-los encarado, eu continuo. Mesmo que eles elogiem, ou cacem quando quiserem chorar, mesmo que seja muito pouco para as expectativas ou apenas seja alguém lutando incansavelmente, eu continuo. "Mas você só entenderá quando tiver um filho", "mas as coisas não são fáceis", "o mercado está aí", "acorde", eu continuo a continuar, porque antes do sonho deve vir o dever da responsabilidade e ação de criá-los. E nisso, poucas pessoas conseguem tocar.
A mente ferve, a inspiração ou fôlego da vida não vem com leveza. É cansaço, é trabalho duro, para alguns sol, para outros ansiedade. O sucesso é alinear. Chega a ser difícil aceitar, mas somos uns anti-heróis e isso deveria nos fazer ver os reais super poderes que possuímos. A revolução nunca virá lá de cima, isso é uma ilusão, ela já começou e avança silenciosamente por todos os cantos, como um câncer maligno irreversível ou um milagre por fé inexplicável: é inevitável. Apesar do fato, eles induzem o coma e de forma impensada pensamos muito sobre tudo, sem olharmos pra nós mesmos. Nós somos a fechadura. Ou pelo menos alguns.
A educação vai além do aprendizado, é existência, é a essência adormecida aí dentro. A vaidade deles contagia e nos entorpece com sorrisos e atenção. O entretenimento tenta nos acordar nos fazendo dormir, e tem o entretenimento com ação, com propósito. É uma preparação incessante até ficarmos velhos demais para mudarmos. Um direcionamento para o fim. Eles só não podem parar uma coisa: o amor. O amor é o grande começo!