Mining, uma característica fascinante intrínseca a várias criptomoedas que tem dado que falar nos últimos tempos. Uns conhecem este termo pelo alegado lucro que esta prática poderá proporcionar, outros pelo aspeto tecnológico, que na minha opinião é absolutamente genial. O que é facto é que este conceito causou-me bastante intriga e acabei por entrar numa aventura pelo qual vos contarei na forma de uma séria de publicações. A minha ideia aqui é partilhar convosco a minha experiência nesta área em várias publicações que poderão estar na forma de tutoriais, descrição de acontecimentos, ou mesmo dicas sobre equipamentos a utilizar, como escolher mining pools, etc.
Bla bla bla... Chega de conversa fiada, vamos ao que interessa!
Como começar a minerar com um computador pessoal?
Neste capítulo 0, irei explicar muito superficialmente como minerar nos equipamentos que já têm convosco. A ideia aqui é perceberem como é que os softwares de Mining funcionam, de forma muito superficial, para que depois tenham as ferramentas necessárias para experimentarem e minerarem as moedas que quiserem. No futuro, as publicações serão mais detalhadas por temas, mas para já, penso que o melhor mesmo para começar esta série em grande é colocar desde cedo as mãos na massa.
“Ok, tenho um computador comigo, e agora?”. Calminha! Que tipo de computador é? Um laptop ou um desktop? É que se tiverem um desktop, então terão mais flexibilidade no que poderão minerar, caso contrário as vossas opções serão mais limitadas para que a vossa mineração seja rentável. Isto porque, como já devem saber, a performance do mining está bastante relacionada com o hardware que possuem, embora não seja o único fator que determina o desempenho do sistema.
Minerar com o CPU
Embora a utilização do CPU no Mining não seja tão eficiente como a utilização de uma placa gráfica, é perfeitamente possível minerar com o processador e ganhar algumas moedas. Em termos de lucro, penso que o caso não será tão linear para computadores mais antigos, mas segundo a minha pesquisa (pelos fóruns e vídeos do youtube), parece que processadores a partir de quatro cores e quatro threads já são rentáveis, mas não posso dar certezas visto que não tenho equipamento para testar esta afirmação.
O primeiro passo na mineração com o CPU é a escolha de uma moeda, mas aqui já vamos encontrar um problema: a escolha de moedas compatíveis com o CPU é muito mais reduzida do que com uma placa gráfica. Isto porque cada moeda tem um algoritmo de mineração que requer certos recursos do hardware e a questão é que grande parte destes algoritmos está calibrado para as placas gráficas. No entanto, existem algoritmos que foram inicialmente desenhados para a mineração com CPUs, que tornam a mineração com esta componente mais eficiente. Um desses algoritmos é o Cryptonight, popularizado pelo Monero(XMR) e que está presente em alguns projetos bastante interessantes como Electroneum(ETN).
Para este caso prático, irei explicar o processo com o Electroneum, visto que acredito neste projeto, mas o mesmo seria possível com qualquer outra moeda que tenha o algoritmo Cryptonight, como o Monero(XMR), Bytecoin(BCN), Sumokoin(SUMO), Karbo(KRB), etc.
Primeiramente, devemos sempre ter uma carteira da moeda que queremos minerar, para o software saber para onde deve enviar os ganhos. Há pessoas que preferem minerar para uma Exchange, como o Bittrex ou o Kraken, e em grande parte dos casos é possível, mas é menos seguro porque não têm acesso às vossas Private Keys. No nosso caso, iremos precisar de uma carteira de Electroneum para receber as nossas moedas. Para isso, devemos ir ao site do Electroneum, criar uma conta e optar por um tipo de carteira: a Online Wallet (a carteira que está embutida na conta do site) ou uma Offline Paper Wallet (uma carteira que é gerada aleatoriamente e é fornecida em forma de Keys num ficheiro PDF).
No que diz respeito às carteiras, pessoalmente prefiro minerar para uma Offline Paper Wallet visto que o risco de ser hackeado é menor, tenho acesso à Private Key e o meu objetivo é guardar estas moedas a longo prazo. No enquanto, esta solução é menos conveniente visto que como estamos a minerar para uma carteira offline, não temos nenhum indicativo da quantidade de moedas que temos, nem podemos utilizar os nossos Electroneums enquanto não importarmos os nossos ganhos para a carteira online. Por outro lado, minerar para uma carteira online é uma opção muito mais prática e têm sempre a possibilidade de ver os vossos ganhos e utilizá-los na hora. Em qualquer um dos casos, o que vão precisar para minerar é EXCLUSIVAMENTE a vossa Public Wallet Address.
Em segundo lugar, devemos encontrar uma Mining Pool para a moeda em questão, neste caso o Electroneum. Segundo a minha pesquisa na altura em que comecei a minerar esta moeda, cheguei à conclusão que a melhor Mining pool para o Electroneum é a etn.spacepools.org. Claro que pode já não ser o caso, mas neste momento é a pool que estou a utilizar para minerar com o meu CPU e confesso que está a dar bons resultados. Se entrarem no site desta Pool e forem a Getting Started verão uma série de configurações na secção superior da página, e links para instalar software na secção inferior da página. Aqui, vamos querer baixar um software de mining para CPU, havendo algumas hipóteses como o XMR-Stak-CPU, o CPUMiner e o Claymore CPU Miner. Penso que para um primeiro contacto com o mining, a melhor opção será a Claymore CPU Miner visto que não são precisas grandes configurações para começar a minerar de forma eficiente. Assim sendo, podem baixar este miner de um dos links (Mega ou Bitcoin Talk), garantindo que escolheram a versão mais recente.
Nota: Existem algumas versões do Windows que bloqueiam estes programas porque consideram-nos vírus. Não se preocupem com esses avisos. Caso isto aconteça, criem uma pasta no sitio que desejarem, coloquem lá o ficheiro do miner comprimido e criem uma Exclusão no Windows Defender.
Quando abrirem a vossa pasta onde está descomprimido o Miner, procurem por uma pasta chamada config.txt e abram o bloco de notas. Neste ficheiro terão algo deste género:
-o stratum+tcp://xmr-eu.dwarfpool.com:8005
-u 449TGay4WWJPwsXrWZfkMoPtDbJp8xoSzFuyjRt3iaM4bRHdzw4qoDu26FdcGx67BMDS1r2bnp7f5hF6xdPWWrD3Q3Wf7G6
-p x
Na verdade, este ficheiro está a dizer ao software de Mining para minerar Monero na pool com o endereço stratum+tcp://xmr-eu.dwarfpool.com:8005 (informação definida depois do "-o") e cuja wallet é o código depois do “-u”. No nosso caso, o que queremos é minerar em Electroneum, na pool escolhida anteriormente. Lembram-se das configurações no início da página da pool? Aqui vamos precisar do endereço da pool, que neste caso é pool.etn.spacepools.org e também vamos precisar da porta da pool.
As Mining Ports são portas de rede que têm como objetivo colocar o miner na pool, tendo em conta a performance do hardware que será utilizado. Ou seja, se tivermos um CPU bom, optamos por uma porta, se tivermos uma Rig, optamos por outra. Isto porque cada porta tem uma dificuldade de Mining diferente, portanto devemos optar sempre pela porta indicada para o nosso hardware. Neste caso, eles indicam que existem as portas 1111, 3333, 5555, 7777, 1337 e 9999 (para o Nicehash). Agora já não é o caso, mas antigamente eles tinham uma descrição mais bem detalhada do objetivo de cada uma destas portas, mas a ideia é que as portas 1111 e 3333 sejam para CPUs, a porta 5555 seja para uma placa gráfica, a porta 7777 para múltiplas gráficas e as portas seguintes para mining Rigs. Ora, no nosso caso, iremos utilizar a porta 1111 caso o nosso processador seja de portátil ou de desktop se for relativamente antigo, ou a porta 3333 se o nosso processador for bom.
Agora já temos tudo para configurar o nosso ficheiro config.txt, que ficará algo como a imagem seguinte (à exceção da wallet, que será a vossa Public Address).
Depois disto, basta executar o ficheiro start.bat e deixar o programa minerar, e terão algo deste género. Não se preocupem com as mensagens a vermelho.
Por fim, poderão ver quanto estão a ganhar no site da pool, na secção home, se colocarem a vossa public address na secção “Your Stats and Payment History”. É importante referir que os pagamentos do mining são feitos quando minerarem até um determinado valor. Nesta pool em específico, os pagamentos são feitos a cada 10 ETN.
Não posso deixar de referir que o processo que acabamos de fazer é exatamente igual para outras moedas, alterando apenas o endereço da Mining Pool, da Mining Port (dependendo das configurações da pool que vão utilizar) e a public address.
GPU Mining
O GPU Mining é um tema muito mais complexo do que o CPU mining, portanto irei abordar deste tema de forma muito superficial para já, e aprofundaremos todas as nuances em publicações posteriores. Também gostaria de acrescentar, antes de começarmos, que se quiserem minerar com a placa gráfica de um Laptop, tenham cuidado com as temperaturas. As placas gráficas de um Desktop já têm um sistema de cooling embutido, ao passo que um Laptop apenas tem o GPU, que poderá aquecer substancialmente. Não estou a dizer para não minerarem com a placa gráfica de um Laptop, apenas estou a dizer para monitorizarem as temperaturas com ferramentas como o HWMonitor. Se estas ultrapassarem dos 80º-85º de forma consistente, talvez não seja boa ideia minerarem com a gráfica do vosso Laptop.
Ao contrário do CPU Mining, existe uma série de moedas que podem minerar com a vossa placa gráfica, existindo vários fatores que podem tornar a mineração de uma moeda mais, ou menos rentável. Um deles é o tipo de placa gráfica que estamos a utilizar para a mineração: NVIDIA versus AMD. Porquê esta divisão? É simples, as placas da NVIDIA são mais eficientes no mining em determinados algoritmos e as placas da AMD noutros. Por exemplo, é muito mais eficiente minerar ZCash numa NVIDIA do que numa AMD, mas em contrapartida, é muito mais rentável minerar Ethereum numa AMD do que numa NVIDIA. Para este caso prático, iremos minerar numa placa da NVIDIA a moeda Zcash, visto que é o equipamento que tenho disponível. No entanto, se tiverem uma placa da AMD, o processo é praticamente o mesmo, com a exceção do miner e da pool serem diferentes.
Sinceramente, a configuração dos miners nas gráficas é muito parecida à configuração do miner do CPU: continuamos a precisar de uma carteira para enviar as moedas e de uma mining pool. No caso do Zcash, costumo utilizar a [Flypool](https://zcash.flypool.org/), que apresenta estatísticas interessantes, paga bem e é bastante user-friendly. Se repararem, logo na primeira página, na secção How to Connect, irão reparar que, assim como na mining pool do Electroneum, existe uma lista com as configurações da pool, assim como uma lista de softwares para descarregar, dependendo do nosso sistema operativo e da placa gráfica que estamos a utilizar. No nosso caso, queremos minerar Zcash no Windows, com uma placa da NVIDIA. Portanto, devemos fazer download do EWFB miner, seguindo os links indicados. Após o download e a extração do miner, entrem na pasta que extraíram e deverão ter algo deste género:
Se clicarem no flypool.bat com o botão direito do rato e abrirem o ficheiro com o notepad, deverão encontrar esta linha:
miner --server eu1-zcash.flypool.org --port 3333 --user t1QmwNgVc6VrhTuGgL9so7jeVz1BYcN3dPz.rig0 --pass x
Neste caso, embora a linha tenha uma forma diferente, a lógica de configuração é a mesma. Depois de --server, teremos o endereço da nossa pool, que poderão mudar em concordância com a região onde estão, segundo os endereços listados no site. Logo de seguida ao também temos a --port, que neste caso é sempre 3333 ou 13333, mas aqui esta segunda é irrelevante. Por conseguinte, depois do –user está a nossa wallet de Zcash, que deverão substituir pela vossa carteira. Eu aqui sugiro utilizar uma carteira como a Jaxx ou outra carteira segura que suporte Zcash. Se repararem, na continuação da public address, temos “.rig0”, que indica o nome do miner que estão a correr. Aqui podem alterar o nome para o que quiserem. Por fim, aconselho-vos a colocar no final da linha --pec, comando que vos indicará a eficiência do vosso miner, relativamente aos watts consumidos por Sols (Solutions -unidade de mining no algoritmo do Zcash). Por fim, devem ter uma linha parecida a esta:
Para correr o miner, basta clicarem em fypool.bat e irão começar a minerar Zcash.
Para vermos os resultados do mining, podemos ir ao site da pool e colocar o nosso endereço de Zcash na barra de pesquisa, e assim, aparecerão as nossas estatísticas. No caso desta pool, temos a hipótese de escolher a que valor de Zcash iremos ser pagos, estando esta opção na aba Settings do nosso ecrã de estatísticas.
Se conseguiram fazer tudo isto, parabéns! Já estão aptos a minerar moedas com os vossos computadores!
Obrigado por lerem!
Espero que tenham gostado desta publicação e que tenham aprendido alguma coisa sobre mining. Agora que têm umas bases para porem a coisa a trabalhar, experimentem, por exemplo, minerar Monero no CPU ou minerar outra moeda na vossa gráfica. E não se preocupem que nada vais explodir!
O objetivo desta publicação é, de certa maneira, introduzir todos os interessados ao mining, de uma forma muito prática e que produza resultados. Esta é só a ponta do Iceberg, existem muitas mais nuances que têm que ser abordadas, como por exemplo: “como escolher uma mining pool”, “como aumentar a performance das gráficas”, “como pesquisar e escolher hardware de forma eficiente para uma mining rig”, etc.
Como tinha referido na minha publicação anterior, não tenho andado com muito tempo, mas pretendo partilhar convosco a minha aventura sobre mining ao longo das próximas semanas-meses.
Imagem 1 | Fonte
Se tiverem alguma questão ou feedback, sabem o que fazer!
Se quiserem saber mais sobre mim e sobre o meu trabalho, passem pela minha página do Steemit!
Até breve,
Shaden
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