You don't move from you - Tu não te moves de ti. [ENG|PT-BR]

Inglês

Where do the trains go, my father? To Mahal, Tamí, to Camirí, spaces on the map, and then the father laughed: also to nowhere my son, you can go and even if the train moves, you don't move from you.

• Hilda Hilst

I have always been restless and several times even inconstant, change has always been part of my life, I believed in an immature and naive way that moving house would change life, routine and everything else.

My father loves to travel, he is a born backpacker, that's why I lived in several states in Brazil, in my life the motto is: there is nothing that a good change can't solve.

Do you know when we go through a difficult moment or start a new cycle and go running to get a new haircut? I used to do that a lot, but I would change my haircut for a new state, a new city, a new country, sometimes due to life circumstances, sometimes by choice.

I once heard this line by Hilda Hilst: "you can go and even if the train moves, you don't move from you."

To me that phrase sounded like a shout echoing in a wide, unfurnished space, not subtle at all, absolutely right on.

It's not about the place, it's about me. And even if I live in the best country, if inside me is not a home, none of it matters.

It is not the means of transportation that matters, it is not the country, it is not the house, it is not the other, it is not things, it is me.

We constantly think: when I meet the "right" person, when I am in the "best job", when I buy "that car", when I live "in that city" we only forget one thing...

"Even if the train moves, you don't move from yourself."

Today I still travel, but I understand that beyond the road, I am my own home.

Below are some photos that I took to express how I feel.

Portugês

Para onde vão os trens, meu pai? Para Mahal, Tamí, para Camirí, espaços no mapa, e depois o pai ria: também para lugar algum meu filho, tu podes ir e ainda que se mova o trem, tu não te moves de ti.

• Hilda Hilst

Eu sempre fui inquieta e diversas vezes até inconstante, a mudança sempre fez parte da minha vida, acreditava de forma imatura e ingênua que mudar de casa mudaria a vida, a rotina e tudo mais.

Meu pai ama viajar, é um mochileiro nato, por isso morei em vários estados do Brasil, na minha vida o lema é: não existe nada que uma boa mudança não resolva.

Sabe quando a gente passa por um momento difícil ou começa um novo ciclo e já vai correndo fazer um novo corte de cabelo? Eu fazia muito isso, só que trocava o corte de cabelo por um novo estado, nova cidade, novo país, às vezes por circunstâncias da vida, outras por escolha própria.

Certa vez ouvi essa frase da Hilda Hilst: "tu podes ir e ainda que se mova o trem, tu não te moves de ti."

Para mim essa frase soou como um grito que ecoa em um espaço amplo e sem móveis, nada sutil, absolutamente certeiro.

Não é sobre o lugar, é sobre mim. E ainda que eu more no melhor país, se dentro de mim não for um lar, nada disso importa.

Não é o meio de locomoção que importa, não é o país, não é a casa, não é o outro, não são as coisas, sou eu.

Constantemente pensamos: quando eu encontrar a pessoa "certa", quando eu estiver no "melhor trabalho", quando eu comprar "aquele carro", quando eu morar "naquela cidade" a gente só se esquece de uma coisa...

"Ainda que se mova o trem, tu não te moves de ti."

Hoje ainda viajo, mas entendo que além da estrada, sou meu próprio lar.

Acompanhe abaixo algumas fotos que tirei para expressar o que sinto.