Rocinha favela  [ENG-PT/BR]

After reliving my brief stay in Rio de Janeiro, in color and black and white, today I'm sharing my visit to the Rocinha favela, perhaps the most memorable experience of my life. It was a dream I'd had since the 1990s, to get to know and see Rio de Janeiro's most famous favela up close.

At the time, about twenty years ago, Rocinha was considered the second most dangerous favela in South America. Today it is the largest favela in Brazil with more than 70,000 inhabitants.

In a favela live people from disadvantaged classes, on the edge of poverty, where good people, workers from tourist resorts located nearby, live side by side with drug dealers and powerful criminals.

Poverty and the lack of basic sanitation in many cases don't make these places a living hell. There are schools, social services, cultural venues, TV and radio stations, and the residents help each other in the difficult task of surviving. There are those who live out of necessity (the majority) and out of conviction.

To live in a community is to live in communion, for which there are strict rules and those who fail can pay for their disobedience with their lives.

Drug and arms trafficking generates a lot of money, and those who run it share it with the community. But there is a price to pay: the harsh and demanding rules imposed by the powerful criminals.

Some of the biggest rules of conduct in the favelas.

Bandits only steal outside the favelas
If someone who lives in a community steals from another resident, they will be severely reprimanded, and if they are repeat offenders, they will be killed on the spot.

X-9 barbecue
Informers are disloyal to the principles imposed. Many ex-traffickers collaborate with the police by giving up information. When they are discovered, all they have left is the “microwave”. They are wrapped in tires and burned alive. The punishment is heavy.

Favela Court
All the laws of a community must be followed to the letter. There is a court that evaluates each disobedient person according to their crime. The judges are the owners of the favela, and the punishment can range from being shot in the hand to death in serious cases.

Punishment for outcasts
Infidelity is punished severely, the traffickers' wives are untouchable. There is no second chance for betrayal. The punishment is the “microwave”.

"Envy is the weapon of incompetents"

The tires are clearly visible throughout the favela. Necessary for the “microwave”. The fatal punishment for the disobedient: they are burned alive around the tires.

The American School (on the right of the picture) is the most expensive in Rio de Janeiro. Side by side with Rocinha. The residents of the favela guarantee the school's security.

The favelas are “closed” to outsiders. To enter, to climb the hill and be safe, you have to be in the company of someone influential in the community. Sometimes the company of a single resident is not enough. Everything is controlled and monitored.

It wasn't an easy task for me. All my acquaintances in Brazil discouraged me, arguing that it was a dangerous place. Even the owner of the hostel where I was staying told me: “With so many beautiful places to go, you want to go to Rocinha?”. Curiously, it was he who, through a contact, made it possible for me to realize my dream. After so much curiosity on my part, and some information that I had already researched. These were my conversations at the hostel.

At the time, there were already some tour services that took tourists to Rocinha. As well as being extremely expensive, they had a reputation for being unsafe, and I didn't want to visit as a tourist. I wanted to be a bro, someone who was part of the community in order to get to know it and live there for a while.

Two days before my return to Portugal, I received a phone call: “If you want to go to Rocinha, you have to be at 2pm at the Chopin statue in Praia Vermelha. I'm Paulão and the reference is the owner of the hostel where you are”. It was a trip full of information, Paulão opened the doors for me to see the reality of the Rocinha favela.

Here; the coward, the man without a word, the greedy, the cheat, the clever, the false, the disloyal, the hypocrite, gets the end he deserves. There are no second chances.

Translated with DeepL.com (free version)
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LINGUA PORTUGUESA

Favela da Rocinha

Depois de reviver a minha breve passagem pelo Rio de Janeiro, a cores e a preto e branco, partilho hoje a visita à favela da Rocinha, talvez a experiência mais marcante da minha vida.
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Era um sonho que já vinha dos anos 90 do milénio passado, conhecer e ver de perto a favela mais famosa do Rio de Janeiro.
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Na altura, cerca de vinte anos atrás, a Rocinha era considerada a segunda favela mais perigosa da América do Sul. Hoje é a maior favela do Brasil com mais de 70 mil habitantes.
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Numa favela vivem pessoas de classes desfavorecidas, no limiar da pobreza, onde pessoas de bem, trabalhadores de empreendimentos turísticos localizados perto, convivem lado a lado com traficantes e poderosos do crime.
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A pobreza, a falta de saneamento básico em muitos casos, não fazem destes sítios um inferno. Há escolas, assistência social, espaços de cultura, cadeia de TV, rádio, e os seus moradores entreajudam-se na difícil tarefa de sobreviver. Há quem viva por necessidade (a maioria) e por convicção.
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Viver em comunidade é viver em comunhão, para isso existem regras rigorosas e quem falhar pode pagar a desobediência com a vida.
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O tráfico de droga e de armas gera imenso dinheiro, quem o dirige partilha com a comunidade. Mas há um preço a pagar: as duras e exigentes regras impostas pelos poderosos do crime.

Algumas das maiores regras de conduta das favelas.
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Bandido só rouba fora da favela
Se alguma pessoa que mora numa comunidade roubar outro morador leva fortes represálias, se for reincidente é morto no momento.
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Churrasco de X-9
Os informadores são desleais aos princípios impostos. Muitos ex-traficantes colaboram com a policia cedendo informação. Quando são descobertos só lhes resta o “micro-ondas”. São envoltos de pneus e queimados vivos. O castigo é pesado.
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Tribunal da Favela
Todas as leis de uma comunidade devem ser levadas à risca. Há um tribunal que avalia cada desobediente de acordo com o seu crime. Os juizes são os donos da favela, os castigos podem ser um tiro numa das mãos ou até a morte, em casos graves.
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Castigo para quem é fora-olho
A infidelidade é punida severamente, as mulheres dos traficantes são intocáveis. Não existe segunda chance para a traição. O castigo é o “micro-ondas”.

As favelas são "vedadas" a estranhos. Para entrar, para subir o morro e estar seguro, tem de ser na companhia de alguém influente na comunidade. Por vezes, não basta a companhia de um simples morador. Tudo é controlado e vigiado.
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Não foi tarefa fácil para mim. Todos os meus conhecidos no Brasil desencorajavam-me, argumentado que era um sítio perigoso. Até o dono do hostel onde estava hospedado me dizia: “com tanto sitio bonito para ir você quer ir à Rocinha?”. Curiosamente foi ele que, através de um contacto, me possibilitou realizar o sonho. Depois de tanta curiosidade da minha parte, e alguma informação que já tinha pesquisado. Eram as minhas conversas no hostel.
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Na altura já havia uns serviços de tours que levavam turistas à Rocinha. Além de extremamente caras, tinham fama de inseguras, e eu não queria visitar com estatuto de turista. Mas sim um bro, alguém inserido na comunidade com o intuito de conhecer e viver por instantes.
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Dois dias antes do meu regresso a Portugal recebi um telefonema, “se quiser ir à Rocinha tinha de estar às 14H00 na estátua do Chopin na Praia Vermelha. Sou o Paulão e a referência é o dono do hostel onde está”. Foi uma viagem cheia de informação, o Paulão abriu-me as portas para poder constatar a realidade da favela da Rocinha.
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Aqui; o cobarde, o sem palavra, o ganancioso, o trapaceiro, o esperto, o falso, o desleal, o hipócrita, tem o fim merecedor. Não há segunda oportunidade.

📽 EXTRA - Laje do VT is a cultural project that aims to bring young artists to the arts through music and hip-hop.