What I learned from Seneca.

It's been a few days since I started flipping through Seneca's book "On the Shortness of Life" again. It's a book that always helps me deal with mental turbulence, reminding me of what's truly important. Overall, I feel more serene when I read it. I imagine that this is the perfect effect that a stoic book should have on someone, so I believe I have the right tool always close at hand.

Don't get me wrong, maybe it's an exaggeration to say that Seneca saves me, but I can say that it's the door through which I start to reflect logically and deeply on what is causing me so much mental agitation.

It's curious that a book that's over two thousand years old talks about such current issues regarding human behavior, making us realize how obvious humans really are and how their main behaviors tend to repeat themselves from generation to generation.

As the name itself suggests, this book talks about how brief life is and what we should pay attention to while there's still time. Although this theme may seem cliché, believe me, Seneca knows very well how to knock someone out, saying in the clearest and most complete way possible how you should see time, desire, and reality.

"No one will restore the years you've lost, no one will give back yourself to you. Life follows the path it started on and doesn't retreat or halt its course. It won't make a fuss or warn you about its speed: it will slip away in silence. It won't be prolonged by a king's order, nor by the favor of the people; it will run as it was determined from its first day, it won't suffer any deviation, no delay. What will happen? You're busy, life is in a hurry; in the meantime, death will come, for which, whether you want it or not, you'll have to make time." - Seneca

The truth is that we dedicate a lot of attention to things that are not worth it and only steal our lifetime. Of course, sometimes we don't have a choice: when we're in a bad job but need to continue to support our families, it's a good example. But most of the time, we can choose. We can choose to live in the best possible way, paying attention to what really matters: the present moment. After all, it's the only moment that really exists, and we never know what may happen. We think we know, we live as if we're certain that every step we take will lead us to a specific place, but the truth is that we don't know. In other cases, if you're a person who believes in God, you may think "Only God knows"; if you're an unbeliever, perhaps you think that chance always surprises us. But the truth is that we control the minimum, and most of our lives, we either don't have control or make unconscious choices. Meanwhile, time keeps passing, and what truly matters, Often times we don't see, nor do we realize.

"To the sad mortals, the best days of life are always the ones that escape first" (Virgil, Georgics III, 66-7)

Which of your concerns are related to the present reality? Can what you're worried about be solved now? If so, simply act. But if you're wasting your neurons thinking about future events, worse yet, things that you don't even know will happen or things that have already happened... for what? What's the purpose? Live in the now.

The present moment may seem fleeting, passing quickly, not always comfortable or captivating, but it's what life actually is. Because when we die, we won't exist in the past or the future. But while we're alive, we're here, and that deserves all of our attention.

"Life is divided into three periods: what has been, what is, and what will be. Of these, the present is brief, the future is uncertain, the past is certain." - Seneca

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Portuguese

Já faz alguns dias que voltei a folhear o livro "Sobre a brevidade da vida" de Sêneca. É um livro que sempre me ajuda a lidar com turbulências mentais, lembrando-me do que é verdadeiramente importante. No geral, sinto-me mais serena quando o leio. Imagino que este é o efeito perfeito que um livro estoico deveria causar em alguém, então acredito que tenho a ferramenta certa sempre por perto.

Não me entendam mal, talvez seja um exagero dizer que Sêneca me salva, mas posso afirmar que é a porta por onde começo a sair e ter reflexões realmente lógicas e profundas sobre o que está me causando tanta agitação mental.

É curioso que um livro com mais de dois mil anos fale de questões tão atuais sobre o comportamento da humanidade, nos fazendo perceber o quanto o ser humano na verdade é bem óbvio e seus principais comportamentos tendem a se repetir de geração em geração.

Como o próprio nome já diz, este livro fala sobre o quanto a vida é breve e no que deveríamos dar atenção enquanto ainda há tempo. Embora este tema pareça clichê, acredite, Sêneca sabe muito bem como nocautear uma pessoa, dizendo da forma mais clara e completa possível como você deveria enxergar o tempo, o desejo e a realidade.

"Ninguém vai restituir os teus anos, ninguém vai devolver-te de novo a ti mesmo. A vida segue a trajetória que iniciou e não retrocede ou detém seu curso. Não fará tumulto nem advertirá sobre sua velocidade: deslizará em silêncio. Ela não se prolongará por ordem de um rei, nem pelo favor do povo; transcorrerá do modo como foi determinada desde seu primeiro dia, não sofrerá nenhum desvio, nenhum retardo. O que irá acontecer? Tu estás ocupado, a vida se apressa; nesse ínterim, a morte irá chegar, para a qual, querendo ou não, terá de ter tempo." - Sêneca

A verdade é que dedicamos muita atenção a coisas que não valem a pena e que só roubam nosso tempo de vida. É claro que às vezes não temos escolha: quando estamos em um trabalho ruim, mas precisamos continuar para sustentar nossas famílias, é um bom exemplo. Mas na maioria das vezes podemos escolher sim. Podemos escolher viver da melhor forma possível, dando atenção ao que realmente importa: o momento presente. Afinal, ele é o único momento que realmente existe e a gente nunca sabe o que pode acontecer. Achamos que sabemos, vivemos como se tivéssemos certeza de que cada passo que damos nos levará a um lugar determinado, mas a verdade é que não sabemos. Em outros casos, se você é uma pessoa que acredita em Deus, pode pensar "Só Deus sabe"; se você é descrente, talvez pense que o acaso sempre surpreende. Mas a verdade é que controlamos o mínimo, e a maior parte da nossa vida ou não temos controle ou fazemos escolhas inconscientes. Enquanto isso, o tempo continua passando e o que verdadeiramente importa, muitas vezes nem vimos, nem percebemos.

‘‘Para os tristes mortais, os melhores dias da vida são sempre os que fogem primeiro’’ (Virgilio, Georgicas III, 66-7)

Quais das suas preocupações são referentes a realidade presente? O que você está preocupado, pode ser resolvido agora? Como? Se você tem uma respostas pra essas questões, simplesmente aja. Mas se você gasta neurônio pensando em acontecimentos futuros, pior, em coisas que você nem sabe se vai acontecer ou em coisas que já aconteceram… Pra quê? Qual o propósito? Viva o agora.

O agora parece fluido, passa rápido, nem sempre é confortável ou cativante, mas é o que a vida de fato é. Porque quando morrermos não existiremos no passado, nem no futuro. Mas, enquanto estamos vivos, estamos aqui e isso merece toda a nossa atenção.

‘’A vida divide-se em três períodos: O que se foi, o que está sendo e o que há de vir. Desses, o que estamos atravessando é breve, o que havemos de atravessar é duvidoso, o que já atravessamos é certo.’’ Seneca