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Born at the end of the 1970s, I can officially consider myself a dinosaur in the eyes of a young person.
When I was growing up in my parents' house, I remember very well that we only had one television. And it was in the living room. At the time, there was nowhere else to sit and watch television, and it would have been unusual for it to be anywhere else.
For most of my childhood, my parents' house initially had two television channels, and a few years later, my father bought a VHS video recorder... four-head VHS recorder (those of you who are older know what I mean).
The thrill of being able to watch a film whenever I wanted, or rewatch something important that I had recorded on television at the time and as many times as I wanted, was very special. I still remember in my teens, when I was about to finish secondary school, almost ruining a VHS tape I had of the Guns n'Roses concert in Paris... The tape was played so many times that I practically knew not only the line-up, but all Axl's lines to the audience, the solos, the expressions, the vocalists, the wardrobes and the instruments.
A few years later, my brother and I got a commodore 64 as a Christmas present! What a buzz...
Just talking about it to a young person today, they would never understand the thrill of loading a computer game in 15 minutes or more, and not being sure that it would ‘come on’. And when you lost a level, you had to rewind the K7 and go back to the beginning. Great times.
At the same time as the C64, we got a small television that would give us more independence to play without interrupting any soap operas or news programmes.
A few months later we got a stereo system with a CD player! Now we could listen to the groups we liked whenever we wanted.
There were five of us in the house. My parents and grandmother, my brother and me. And we had three screens. At that time they didn't yet hang on the wall, and they weighed over 20 kilos. They had an image that I thought was great at the time, but if you compared it to a smartphone you'd be amazed.
Some 30 years later, there's rarely a person who doesn't have a screen on their desk, in their pocket, on their wrist or even in their fridge.
We've become obsessed with the idea that our eyes are always fixed on something colourful and moving.
Such a clinging and dependency that we can all see the power it has over children. Truth be told, it's always been that way. When I was little, my parents would argue with me about switching off the television... Attractive, colourful, musical reality. Today's mood is even greater. It's possible to literally think of a song, and through an app on our smartphones be able to listen to the same song 5 seconds later.
If someone had told me that we could make a video call using a small device, weighing less than 200 grams, that you could carry in your pocket, and with practically no delay, 30 years ago I would have believed it, but I wouldn't have thought that it would be possible and accessible to as many people as it is today.
Technology is something that continually fascinates me and makes me want to live a little longer to be able to realise its capabilities. It certainly makes us live longer, but do we live better? We may even have more quality and be able to process more information every hour, but are we really living?
Don't you miss the days when we used to go outside and play, and when it was time for dinner, our mum or dad would come to the window and call us home? There were no mobile phones, smartwatches or tablets, but the hours flew by with the simple games we played in the courtyard.
I hope you enjoyed this little daydream... Finally, here's a Youtube link to the emblematic concert I mentioned earlier. Fantastic!
Cheers🍀
Nascido no fim dos anos setenta, posso considerar-me oficialmente um dinossauro aos olhos de um jovem.
Quando eu cresci, em casa dos meus, lembro perfeitamente que tínhamos apenas uma televisão. E esta estava na sala... Nessa altura não havia outro local para nos sentarmos a ver televisão, e seria inusitado estar noutra localização.
Durante quase toda a minha infância, na casa dos meus pais haviam inicialmente dois canais de televisão, e uns anos mais tarde, o meu pai comprou um videogravador VHS... de quatro cabeças (os mais antigos sabem bem o que eu estou a dizer).
A emoção de poder ver um filme na altura que quisesse, ou de rever algo importante que tivesse gravado da televisão na altura e quantas vezes eu quisesse tinha um gosto muito especial. Ainda me lembro, de já na minha adolescência, estava eu quase a terminar o secundário, de quase arruinar uma cassete VHS que eu tinha com o concerto dos Guns n'Roses em Paris... A fita passou tantas vezes que eu praticamente sabia além do alinhamento, todas as falas que o Axl tinha com o público, os solos, as expressões, as vocalistas, os guarda roupa e os instrumentos.
Poucos anos mais tarde, eu e o meu irmão ganhamos um commodore 64 como prenda de Natal! Que emoção...
Hoje só de falar nisto a um jovem, nunca iria perceber a emoção de carregar um jogo de computador em 15 ou mais minutos, e não ter a certeza que o mesmo iria "entrar". E quando se perdia um nível, tinha que se rebobinar a K7 e voltar ao início. Belos tempos.
Ao mesmo tempo que o C64 ganhamos uma pequena televisão que nos daria mais independência para podermos jogar, sem que interrompêssemos alguma telenovela ou telejornal.
Alguns meses depois foi um sistema de som e este já com leitor de CD! Agora poderíamos ouvir os grupos que mais gostássemos quando quiséssemos.
Eramos 5 pessoas lá em casa. Os meus pais e avó, o meu irmão e eu. E tínhamos 3 ecrãs. Nessa altura ainda não se penduravam na parede, e pesavam mais de 20 quilos. Tinham uma imagem que eu na altura achava o máximo, mas se compararmos com um mero smartphone ficaríamos admirados.
Cerca de 30 anos depois, é raro a pessoa que não tenha um ecrã na sua secretária, no seu bolso, no seu pulso, ou mesmo no seu frigorífico.
Ficamos obcecados com ideia de os nossos olhos fixarem sempre algo colorido, e em movimento.
Fixação e dependência tal, que todos vemos o poder que tem sobre as crianças. Verdade seja dita que sempre assim o foi. Quando eu era pequeno, as discussões que os meus pais tinham para eu desligar a televisão... Realidade atractiva, colorida, e musical. A disposição de hoje ainda maior é. É possível pensarmos literalmente numa música, e através de uma aplicação nos nossos smartphones conseguir ouvir a mesma música 5 segundos depois.
Se alguém me dissesse que poderíamos fazer uma videochamada através de um pequeno aparelho, com menos de 200 gramas, que anda no nosso bolso, e sem delay praticamente nenhum, há cerca de 30 anos atrás eu acreditaria, mas não imaginaria que seria possível e acessível para tanta gente como hoje é.
A tecnologia é algo que continuamente me fascina, me deixa com vontade de viver mais uns tempos para poder vislumbrar a sua capacidade. Faz-nos viver mais, seguramente, mas será que vivemos melhor? Podemos até ter mais qualidade, e conseguir processar mais dados de informação por cada hora, mas será que estamos mesmo a viver?
Não têm saudades dos tempos em que íamos brincar para a rua, e quando chegasse a hora de jantar, a nossa mãe ou pai, vinha à janela e chamava-nos para casa? Não haviam telemóveis, não haviam smartwatchs, ou tablets, mas as horas voavam com as brincadeiras simples que tínhamos no pátio da rua.
Espero que tenham gostado deste pequeno devaneio meio de hoje... Para terminar deixo aqui um link do Youtube para o concerto emblemático que eu refiro anteriormente. Fantástico!
Bem Hajam🍀
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