Muito bacana, @charlie777pt!
Sobre teoria dos jogos, gosto de pensar no dilema do prisioneiro, um dilema clássico que serve muito bem para ilustrar a dificuldade de manter relações ganha-ganha quando a decisão que você deve tomar não foi "combinada com os russos". Basicamente o dilema consiste neste exemplo:
"Dois suspeitos, A e B, são presos pela polícia. A polícia tem provas insuficientes para os condenar, mas, separando os prisioneiros, oferece a ambos o mesmo acordo: se um dos prisioneiros, confessando, testemunhar contra o outro e esse outro permanecer em silêncio, o que confessou sai livre enquanto o cúmplice silencioso cumpre 10 anos de sentença. Se ambos ficarem em silêncio, a polícia só pode condená-los a 6 meses de cadeia cada um. Se ambos traírem o comparsa, cada um leva 5 anos de cadeia. Cada prisioneiro faz a sua decisão sem saber que decisão o outro vai tomar, e nenhum tem certeza da decisão do outro. A questão que o dilema propõe é: o que vai acontecer? Como o prisioneiro vai reagir?" — Wikipedia
No dilema do prisioneiro, ambos os prisioneiros recebem a oportunidade de delatarem um ao outro por um crime. Ocorre, porém, que se por algum motivo eles cooperarem, e não delatarem um ao outro, então ambos criam uma situação de equilíbrio, um modelo de cooperação que, caso extrapolemos para a economia, geopolítica e por aí vai, reflete que a melhor decisão que os players podem tomar são decisões voltadas a manutenção da igualdade.
É incrível como matematicamente se faz provar lições valiosas de ética no trato com os outros a partir da teoria dos jogos.
É realmente um dos grandes dilemas humanos a situação de quem delatar será perdoado dos seus crimes.
Se ambos os suspeitos tiverem um forte autonomia e uma grande segurança ontológica, é sempre melhor proteger-se mutuamente(Ganha-Ganha) e ambos não acusarem o outro, na maior parte dos casos não será possível deduzir a acusação ou haverá penas baixas, mesmo que a polícia use o trilema que costuma fazer, dizendo que há outro(s) bufo(s) que já os denunciou .